Dia Mundial da Criança
A 1 de junho celebramos o Dia Mundial da Criança. Em muitos países este é um dia especial, repleto de brincadeiras e carinho.
O Dia Mundial da Criança deve também ser um dia de reflexão sobre as problemáticas da infância – na saúde, educação e formação – e de discussão de estratégias de melhoria que garantam um futuro cheio de sucessos e oportunidades.
Mas e o dia anterior, o dia seguinte, e todos os dias das crianças que sobrevivem em zonas de conflito!?
As crianças são os seres mais puros e inocentes em todas as partes do Mundo e, ao contrário de outras faixas etárias, contentam-se com pouco. Lamentavelmente, em certos lugares, as crianças não são respeitadas, não são acarinhadas e não têm exemplos que as ajudem a crescer como seres humanos sólidos, generosos e capazes de fazer uma clara distinção entre o Bem e o Mal.
Se isso é verdade em países onde a violência e a fome são gritantes, também o é em locais onde as crianças são privadas do direito à educação e à brincadeira, servindo como mão de obra barata e sofrendo abusos de várias ordens.
E em Portugal, será que as nossas crianças são privilegiadas?
Existem estruturas de apoio para que nenhuma passe fome e não esteja privada de acesso à saúde e educação, mas isso não basta!
As crianças precisam de ser crianças enquanto lhes é permitido. Se os exemplos forem bons, teremos uma geração capaz de dar bons frutos num futuro próximo.
Não é suposto que uma criança não aprenda a sorrir, não diga adeus, não ande sozinha, não largue as fraldas e não ande na escola. Também não é suposto que não faça amizades, mesmo numa fase precoce da sua existência.
Por isso, é importante que consigamos dar-lhes espaço para que possam brincar ao faz de conta, correr descalças na relva, andar de baloiço, saltar nas poças com água, brincar às escondidas e às profissões. Que possam rir até chorar, rebolar e escorregar, e chamar os vizinhos do bairro para brincarem com elas. Que consigam inventar histórias com finais felizes e aprender a partilhar e a ajudar sem esperarem nada em troca!
Num dia tão especial como este, devemos juntar-nos à pequenada e reviver um pouco da nossa infância através de jogos, anedotas, palhaçada, correria e fantasia.
Que as crianças possam ser respeitadas e amadas em todo o lado, para que o futuro seja um local de conforto, sucesso e muita alegria.
Dra. Natália Pona
Pediatra, CNS – Campus Neurológico